Clara Gugel -
“No
futuro todos terão seus quinze minutos de fama”. A frase “profetizada” pelo
artista plástico americano, Andy Warhol, nunca foi tão precisa. Na era da
superexposição, celebridades instantâneas se proliferam como bolhas de sabão e
estamos cada vez mais exibidos. Conectados. Plugados. Com a vida por um
fio (ou não, nos casos de conexão WI-FI), queremos ver e, principalmente, ser
vistos, o que na maioria das vezes, relega a segundo plano a preocupação com a
qualidade do que será oferecido à apreciação pública (ok, a triagem fica por
nossa conta)
Nas
redes sociais temos seguidores que vigiam ações alheias pontualmente com uma
curiosidade voraz, saciando a vaidade de quem produz conteúdos específicos para
atender a um público exigente em relação às novidades, sejam elas quais forem
(fato que, sinceramente, me causa estranheza. Conheço histórias escabrosas de
um passado recente, onde, ser seguido e vigiado o tempo todo era o que as
pessoas menos queriam).
A
verdade é que tudo vira notícia na grande rede (a da Marina não, por favor): a
fofice recente do bebê, o avião em chamas, a balada bombando, o esmalte da
moda, a calipígia do momento e até algum texto interessante, desde que, não
tenha muitos caracteres, caso contrário, seremos fortes candidatos a levar um
unfollowed, ou pior, nos recomendarão o retorno àquela rede social “antiga e
brega” que muitos renegam ser oriundos, o ORKUT ( sim, navegar na internet é
preciso, generalizar não é preciso).
Mas
não nos preocupemos com as nossas postagens. O uso da palavra
“unanimidade” está muito mainstream e, portanto, excluído do nosso dicionário.
Sempre encontraremos alguém capaz de curtir, compartilhar ou retwittar o que
postamos, por mais duvidoso que possa parecer o nosso (bom?) gosto.
No
mais, a Internet continuará suprindo “todas as nossas necessidades”, inclusive
de aceitação e de inserção garantindo, perfeitamente, a nossa felicidade.
Aliás, tão perfeitamente que desconfio se isso não seria um plano do Dr. Gori
(corre no Google) para transformar a todos nós em avatares e exterminar de vez
a raça humana. Bobagem? Por via das dúvidas, é melhor que fiquemos
atentos. A vida real também inspira cuidados e atenção. Não teremos uma segunda
chance.