O
brinde aos 18 anos -
Valdir Dias
Jornalista – Colaborador
Ao contrário do que sugerem os atos e declarações
de algumas lideranças e militantes do Partido dos Trabalhadores (PT), os
brasileiros deveriam estar comemorando, nesta época, os 18 anos de governos
voltados à estabilidade econômica e à preocupação com as liberdades coletivas.
Mas, a tentação pelo desdém e pelo poder cega os
olhos e a visão de mundo que esta facção política deveria ter. Não que a outra
facção seja diferente. Alguns tucanos de rara plumagem, que se orgulham de
pertencer ao PSDB, agem como se estivessem acima de algum padrão, status que a
atividade política não atingiu ainda, em parte alguma do país.
Uma rápida leitura da história nos revela que a
Ditadura Militar chegou ao seu fim priorizando os interesses econômicos das
minorias. Para isso, usava como uma de suas armas a instabilidade econômica. Na
época, a inflação chegou a ganhar o apelido de galopante. Ao mesmo tempo, as
liberdades coletivas eram reprimidas até com certa violência.
Mas, o tempo dos generais estava chegando ao fim e
inevitável seria a redemocratização do país. Foi nesse cenário que ganhou força
a argumentação do pensador maquiavélico dos quartéis, o general Golbery do
Couto e Silva, que esquematizou o que vemos hoje: a divisão entre os que antes
buscavam a libertação.
Uma geração está morrendo sem ver aquilo com que
tanto sonhou. A caminhada do sociólogo Fernando Henrique Cardoso e do
metalúrgico Luiz Inácio da Silva deveria ser uma só, porém se espalhou errante,
graças a algumas atitudes tomadas por seus seguidores fanáticos, desinformados
ou ambiciosos. Esta cisão faz com que os interesses das minorias dominantes
sejam mantidos. Assim como sonhou e arquitetou o Golbery.