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segunda-feira, 18 de março de 2013

ARTIGO

1 comentários
Carta Aberta ao Ministro Aldo Rebelo
(Valter Batista de Souza)


Prezado Senhor Ministro Aldo Rebelo,
Sou apenas um morador de Guarujá, que por sorte do destino nasceu, se criou e mantém aqui a sua família. Por ser funcionário público municipal, adquiri o hábito de ler todas as edições do Diário Oficial do Município, onde se informava que V. Sa. esteve visitando nossa cidade. Pelo que dizia a notícia, tratou-se de uma visita para avaliar as condições técnicas, para recepcionarmos uma seleção que participará da Copa do Mundo de futebol no ano que vem.
Em minhas primeiras experiências políticas tive muito contato com o Senhor. Fui diretor da União Nacional dos Estudantes, entidade que teve sua presidência, antes que se tornasse deputado. Aliás, já tive o prazer de votar em você (permita-me chamá-lo assim a partir de agora), embora não concordasse com a mudança de nossa língua para que o estrangeirismo fosse eliminado.
Quando de sua escolha para o Ministério dos Esportes, fiquei feliz. Sua seriedade poderia imprimir uma outra forma de preparar o país para a Copa do Mundo, que será o evento esportivo mais importante da nossa história.
A questão que me faz escrever estas poucas linhas para você, Aldo, é que estou com receio de que passemos vergonha, se não houver um plano emergencial para que possamos estar entre as cidades que vão receber seleções no período da Copa.
Nossa cidade tem apenas um hospital, o outro que havia, foi transformado em uma unidade do Emílio Ribas, mas não atende em sua plenitude. O acesso à cidade está cada dia mais difícil por causa da falta de infraestrutura e planejamento viário. Temos indicadores sociais muito ruins, recordes em mortalidade infantil, mortalidade materna, número de homicídios de jovens e número de estupros. Nosso IDEB é o pior da região, e temos também os piores índices de desemprego entre os jovens da Baixada Santista.
Senhor Ministro, tudo isso acontece em um momento fantástico para o Brasil, com milhões de brasileiros saindo da linha da pobreza e da miséria, com muitos investimentos e recordes positivos de produção e consumo. E o retrato de nossa cidade é o Túnel que liga a Enseada à Vila Zilda. Faz quatro anos que começaram a obra e até agora ela não foi concluída.
Estão prometendo reformar o estádio municipal e transformá-lo em um local padrão FIFA para os treinamentos de seleções de futebol, mas até agora não terminaram o Píer do Perequê, obra iniciada há mais de três anos. Colocaram em nosso projeto de candidatura que vamos ter um aeroporto, mas a própria prefeita alegava há alguns anos que ali onde se projeta o aeródromo, tem muitos urubus, o que pode colocar vidas em risco.
Não vou falar da segurança porque sei que se formos escolhidos, virão soldados para garantir a paz na cidade. O que peço é que se assuma o compromisso de que após a Copa, teremos aqui o mesmo cenário, e que além disso, possamos reduzir o número de habitações em favelas e áreas de risco de deslizamento, que são mais de 40 mil domicílios na cidade.
Aproveito ainda para lhe dizer, Ministro, que enquanto o Senhor é recebido aí por uns trinta servidores, aqui na escola em que trabalho, ainda estão faltando muitos professores, os alunos já quase perderam o bimestre, mas, se Guarujá estiver no grupo de cidades que vão receber eventos da Copa, quem sabe a gente se esqueça de tudo isso, não é!

O autor é professor, especialista em Gestão Pública

One Response so far.

  1. cleusa says:

    sabe professor é que pra eles neste momento é mais importante a bola do que as crianças com fome e sem escolas......

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