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sábado, 23 de fevereiro de 2013

Artigo

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O Tuba - 
JG Heleno - 

Quando fui estudar em Barretos anos de 66/67/68, meu Deus, foi no século passado, minha vida mudou totalmente.

Deixei de ser o “queridinho da mamãe”, pois era o único com mais 4 irmãs. Comia só o que gostava, comida no prato, roupa lavada e passada, quarto arrumado, etc.

Ao mudar para Barretos tudo mudou, comida era a que tinha, na pensão ou nos hotéis comerciais que podíamos pagar e na república aquilo que podíamos comprar. A roupa eu que tinha que lavar, dinheiro era contado.

Sentia saudades de casa, da mordomia, da namorada, dos amigos, enfim sentia falta da minha vida.

A vida se transformara em estudar o dia todo, aula de manhã e de tarde.

A noite era bate papo, jogar conversa fora com muita cerveja, afinal não eramos de ferro, futebol e cinema. Era época do bang bang italiano, tinha noite que iamos nos dois cinemas ver os Djangos e os Ringos espaguetes.

Invariavelmente terminávamos numa roda de cerveja, com um violão, pois com o calor era impossível dormir cedo. Ole Ola era a música preferida de todos – “não chore ainda não que eu tenho o violão e nós vamos cantar.............”

Nestas rodas de lamentos e cervejas ficamos amigos de um diretor de teatro amador local, José Expedito Marques, de muitos prêmios em festivais de teatro por todo o estado e sul de Minas, resolvemos montar um grupo de teatro, o Tuba– teatro universitário de Barretos e fez com que nos apresentássemos em inúmeras cidades da região.

Eu, como péssimo ator, virei iluminador e sonoplasta do grupo, dada minha habilidade com eletricidade.

Nessa atividade tive o prazer de iluminar a grande dama do teatro brasileiro, Cacilda Backer, numa das suas últimas apresentações pouco antes de sua morte. Iluminei também uns atores que estavam começando, participavam da novela da Tupi que fazia muito sucesso na época, entre eles , Toni Ramos, Marcos Plonka.

Mas vamos á história de hoje, sem mais rodeios. Alias, por falar em rodeio, naquela época a Festa do Peão não tinha o glamour, a fama e nem o gigantismo de hoje. Nós brincávamos que era uma festa pornográfica, pois durante o dia era só rodeio, montarias de cavalos e bois, e a noite só apresentações de grupos de catireiros. Então em tom jocoso dizíamos que a festa do peão era “de dia era só rodeio e de noite só ca tira” e repetíamos “só ca tira” , talvez esse fosse um dos motivos a mais para que os Independentes, organizadores da festa , gostassem menos de nós.

Numa dessas noites quentes, regadas a cerveja, começamos a nos apresentar ao Expedito, diretor de teatro. Falávamos de que cidade eramos, da experiencia em teatro, qual a nossa expectativa sobre o grupo de teatro, etc. , até que chegou a vez do Marcos Flavio, que se apresentou e disse ser de Campinas. O Expedito para mostrar que era ´o bom´, resolveu falar que em Campinas ele tinha um “flert” com uma atriz que estava começando na carreira, na tv Excelsior, antigo canal 9.

O Marcos quis saber o nome da menina e o Expedito não perdeu a pose, disse é a Regina Duarte.

Regina Duarte ! , exclamou o Marcos, puxa ela é minha noiva.
Aí devido ao calor, da temperatura e o provocado pelas cervejas tomadas, a coisa desandou.

Quase chegaram as vias dos fatos.

Passamos a noite inteira indo de um lado para outro para por panos quentes e apaziguar os ânimos. Já era madrugada quando a verdade veio a tona, o Expedito era amigo da Regina, mas não tinha nada com ela.

Tempos depois ela veio a Barretos e almoçou conosco na casa do Expedito, junto com o Marcos, que virou um dos atores do Tuba.

O Marcos Flavio teve um acidente grave na estrada esteve entre a vida e morte , recuperou-se, mas desistiu da engenharia, foi morar no Rio, casou-se com a Regina e foi o pai de suas filhas . 

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