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sábado, 16 de fevereiro de 2013

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O Papa nunca foi pop -
Clara Gurgel -

E eis que, em plena segundona de carnaval, momento sagrado para muitos de nós brasileiros (desculpem a heresia), o Papa Bento  XVI anuncia que vai renunciar ao seu papado, alegando razões de saúde, ou melhor, falta dela. 

Mas ao que tudo indica e corre a boca grande nos corredores do Vaticano, o motivo real de sua saída seria o xeque mate que o pobre Pontífice levou antes mesmo de entregar a Tiara Papal quando partisse para a Glória (Glória? Vai saber...).  

Se de um lado, o PAPA se viu encurralado por várias denúncias de corrupção, leniência com os casos de padres pedófilos, e o aumento significativo de vários grupos pedindo a modernização da Igreja Católica , como por exemplo, o movimento  Pfarrer-Initiative (Iniciativa dos Párocos) na Áustria, onde, centenas de padres assinaram um manifesto requerendo, entre outras coisas, a  comunhão para os divorciados e a ordenação de mulheres, por outro lado, aquele lado que deveria lhe dar apoio, a ala (não a de escola de samba, por favor, já é quarta-feira de cinzas. Chega, né?!) direitista do Vaticano, da qual ele foi um dos expoentes máximos quando ela precisava se solidificar (sim, Ratzinger  foi o que impôs o famoso “cala a boca”dado ao Frei Leonardo Boff, aquele da Teologia da Libertação),parece  estar mais preocupada com a briga pela sua sucessão, levando até mesmo alguns jornalistas especialistas no assunto, a usarem o termo “lutas fratricidas” para explicar o quadro que se encontra por aquelas bandas.   


Verdade é que o PAPA nunca foi pop. De linhagem ultraconservadora, ortodoxa, optou por fazer ouvidos moucos aos apelos de mudança que agora chegam via online e transpassam os muros das  igrejas e  das religiões. Numa tentativa -até patética- diria eu, tentou estancar a sangria de fieis perdidos para as igrejas neo-pentecostais que facilitam, e muito, os degraus a serem galgados rumo ao pedacinho no céu, lançando o seu twitter santo. O último fôlego no esforço de se aproximar das “ovelhas desgarradas” infelizmente chegou tarde. Não adiantou twitter para um PAPA que, de fato, nunca quis se comunicar. 


E não se enganem quando a fumacinha branca aparecer e o novo PAPA for anunciado. A tendência é que o Vaticano continue hermeticamente fechado. O poder vai mudar de mãos, mas o conservadorismo continuará.
Só nos resta agora aguardar, numa prova cabal de que “o novo sempre vem”, a última twitada  do PAPA, que seria mais ou menos assim:


#partiumosteiro!


E que se inicie a Quaresma... 

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