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quinta-feira, 30 de maio de 2013

ARTIGO

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Planos e direções

No início do século passado, alguns magnatas paulistanos visualizaram no balneário de Guarujá o lugar ideal para estender seus guarda-sóis e cadeiras de praia, talvez alguns trocadores de roupa, para que a nata da sociedade pudesse bronzear-se ao sol, como já faziam os europeus. Foi o primeiro Plano Diretor da história da cidade. O próximo está sendo escrito sem a sua participação, ao menos por enquanto.
Pelo Plano Diretor, as autoridades locais ganham aval para autorizar ou negar determinadas intervenções em seu solo físico. Nem sempre houve a possibilidade de participação, mas o Estatuto das Cidades, outras dessas novidades das quais as gerações que nasceram e cresceram sob a sombra da ditadura sequer ouviram falar, pressupõe a revisão do Plano Diretor de cada município a cada cinco anos.
Dentro de alguns dias, a atual Administração Municipal de Guarujá encaminha à Câmara de Vereadores o seu projeto, que já vem sendo apresentado em encontros e conferências formais. A proposta inclui a mudança de diretrizes e rumos para a cidade, como a permissão para que sejam erguidos espigões no Perequê, Santa Cruz dos Navegantes e no Centro, onde a infraestrutura mal suporta o que já existe hoje, aliás, o que já não suporta desde a época de balneário.

Ao longo das décadas, Guarujá passou por várias transformações, mas as providências vieram a reboque, ou seja, nem sempre as autoridades se anteciparam ao que aconteceria em determinados bairros. Sabe-se que o bairro Santo Antônio enche com a maré, mas uma obra dessas não costuma ser prioridade de governo algum. Parece que o porto cresceu da noite para o dia, mas essa impressão é exclusiva do morador, pois quem está no ramo do governo já sabia disso bem antes.
O projeto de revisão do Plano Diretor impõe a realização de discussão popular, o que se dá por meio da realização de audiências públicas, a serem organizadas pela Câmara Municipal, ocasião em que os interessados por determinadas mudanças fazem seu lobby, o que não é proibido, mas nunca se escreve nos livros a atuação dessa turma, já que sua movimentação nem sempre é republicana. O convite não estará muito claro, mas guarde o nome desse Plano e seja você o Diretor.

Valdir Dias
Jornalista – Colaborador

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